Prevenção e controle de infecção na atenção domiciliar: é possível? Resultados obtidos do programa de controle de infecção de uma instituição privada de Alagoas.

Resumo

Justificativa e Objetivos: A atenção domiciliar representa uma importante estratégia de cuidado à saúde extra-hospitalar, garantindo novos arranjos tecnológicos do trabalho em saúde. Essa modalidade é regulada pela RDC número 11 de 2006, que inclui como requisito a elaboração e implementação de um Programa de Controle de Infecção e Eventos Adversos, visando a redução da incidência e da gravidade desses eventos. O objetivo desse trabalho é analisar o perfil epidemiológico para caracterizar a população atendida quanto aos eventos infecciosos e demonstrar a atuação do Programa de Controle de Infecção Domiciliar através dos indicadores de efetividade da instituição privada Saúde & Suporte Home Care. Métodos: Os dados do estudo foram obtidos por meio dos formulários padronizados e indicadores institucionais de janeiro a dezembro de 2021. As variáveis analisadas do perfil epidemiológico foram gênero, idade, topografia, grupo diagnóstico e microrganismos e as dos indicadores, foram a incidência de infecção e fatores de risco. Resultados e discussão: No período foram realizados 2500 atendimentos, com quadros infecciosos presentes em 545 desses. O maior acometimento das infecções ocorreu em pessoas idosas, do sexo feminino, pertencente ao grupo diagnóstico de doenças neurodegenerativas/sequela neurológica. A topografia mais prevalente foi a urinária. Quanto ao desfecho, cerca de 96% dos casos tiveram êxito terapêutico, sendo evitado hospitalização nesses casos. Este estudo demonstrou que apesar da precariedade de referências literais e publicações quanto a programas de prevenção de infecção voltados à Atenção Domiciliar, é possível fazê-lo.