As estratégias de sensibilização são eficazes para melhorar a adesão para a higienização de mãos nos serviço de saúde?/Are awareness strategies effective in improving adherence to hand hygiene in health care?
Resumo
A higienização das mãos é uma técnica simples, rápida, fácil, mas de extrema importância na prevenção e controle das infecções. As mãos dos profissionais são um dos principais veículos de transmissão de microrganismos em ambientes de saúde, pois estão em contato permanente com pacientes, materiais e equipamentos. Entretanto, apesar das diversas evidências científicas e das disposições legais, percebe-se que grande parte das equipes não adotam as recomendações brasileiras e internacionais em suas práticas diárias. O conhecimento das técnicas, motivos e consequências da falta de um hábito correto não modifica as condutas. No Brasil, a adesão a esta prática permanece baixa, em média de 40% (1). Tal resultado somente retrata a dificuldade e complexidade da problemática em nosso País. Uma especial atenção de gestores, educadores e controladores de infecção para incentivar e sensibilizar torna-se emergencial. Apesar das legislações brasileiras, especialmente, a Portaria 2.616, de 12 de maio de 1998, que normatiza e estabelece ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde, cabendo às Comissões de Controle de Infecção a responsabilidade do desenvolvimento de ações de educação e estruturação física para atender esta exigência ainda poucos efeitos positivos surtiram, mas não devemos desanimar.A Comissão de Controle de Infecção e Epidemiologia, do Hospital Santa Cruz, constantemente desenvolve ações educativas/lúdicas com o objetivo de aprimorar a higienização das mãos, promovendo a segurança dos pacientes, profissionais e usuários do serviço. Anualmente, marcamos e consolidamos, no mês de maio, uma campanha de higiene de mãos com o objetivo de conscientizar sobre as boas práticas e relembrar o nosso foco na segurança dos pacientes. Neste ano de 2012, foram utilizadas outras ferramentas para chegarmos em cada profissional da instituição: (1) visitas em todos os turnos com a lembrança sobre a técnica através de atividades com tinta tempera e venda nos olhos; (2) incentivo para uso de cremes hidratantes, pois induz a lavagem das mãos; (3) padronização de um mouse-pad que remeterá a lembrança da higienização e sua responsabilidade com a segurança do pacientes; (4) e-mails institucionais; e (5) utilização de redes sociais. A atividade foi realizada de forma presencial, nos setores administrativos e assistenciais da instituição, atingindo equipe de enfermagem, médicos e acadêmicos. A reflexão sobre o tema foi facilitada, proporcionando a visualização de falhas no processo e a meditação do grupo. Foram realizadas 82 abordagens, sendo 54 em unidades assistenciais e 26 nas administrativas, totalizando 550 pessoas atingidas. Dentre estes, 46 eram acadêmicos e 504 funcionários da instituição, perfazendo 62% do total de colaboradores. A utilização do mouse-pad, garantirá uma visualização de todo o grupo. servirá como forma indireta através dos mouse pads que foram entregues nas unidades e mensagem através de email institucional. Para implementar esta prática foi também elaborado um vídeo institucional sobre a higienização das mãos que está disponível no site do hospital no endereço:http://www.youtube.com/user/HospitalSantaCruzRS?feature=watch. Percebeu-se uma boa receptividade dos grupos, principalmente em relação ao desenvolvimento da dinâmica lúdica e a curiosidade sobre a forma de higienização dos mesmos, bem como a distribuição de mouse pads para as plataformas de trabalho. Propiciamos reflexão com as equipes no sentido de pensar sobre a higiene de mãos na sua prática diária e alertar que esta medida básica de controle de infecção é dever de cada profissional, desmistificando a responsabilidade apenas dos controladores de infecção (2). Referências: 1 - Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: higienização das mãos. Brasília: ANVISA, 2009. 105 p. 2 – Carneiro M, Persch MS, Souza JG, Krummenauer, EC, Machado JAA. What is the distance between saying and doing? Int. J Infect Control. 2012, v8:i2.
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