Antibioticoprofilaxia em cesariana: Fatores de risco associados à infecção de ferida cirúrgica e sepse neonatal

Roberta Maia de Castro Romanelli, Natalia Pinto Ribeiro, Gabriela Mafra de Oliveira, Daniela Caldas Teixeira, Camila Nakaya, Ana Raquel Alfenas, João Paulo Tomaz da Cunha Sacramento, Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar, Henrique Vitor Leite, Viviane Rosado, Wanessa Trindade Clemente

Resumo


Justificativa e Objetivos: A infecção de ferida cirúrgica (IFC) é uma das principais complicações da cesariana e profilaxia pré-operatória antimicrobiana é indicada antes da incisão ou após o pinçamento do cordão umbilical. O objetivo deste estudo é comparar as taxas de IFC e sepse neonatal durante dois diferentes protocolos de profilaxia. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, de 2012 a 2015, em maternidade de referência para assistência de alto risco obstétrico. Todas as mulheres grávidas submetidas à cesariana e seus recém-nascidos foram incluídos. As informações foram obtidas durante contato telefônico e em prontuário médico. Os critérios de infecção seguiram as recomendações do National Healthcare Safety Network e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A análise foi realizada no Statistical Package for Social Sciences. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Um total de 3.230 gestantes foi submetido à cesárea. Deste total, 2.351 binômios mãe-recém-nascidos (72,7%) foram seguidos. Ao comparar o evento infecção considerando os dois períodos de momento profilaxia diferente (antes ou depois da clampeamento do cordão), não houve diferença estatística para IFC (X2 = 1,98; p = 0,16) ou sepse neonatal (X2 = 0,94; p = 0,33). Nenhuma variável analisada foi associada com IFC materna. No entanto, menor idade materna (p <0,003), menor idade gestacional (p <0,001), corioamniotite (p = 0,001), emergência hipertensiva materna (p <0,001), centralização do fluxo sanguíneo (p = 0,02) classificação de ASA ≥ 3 (p = 0,02), distocia ou indução de falha (p = 0,003) foram significativamente associados à sepse neonatal. Apenas a idade gestacional permaneceu significativa em análise multivariada (p = 0,004). Conclusão: Não houve nenhum impacto negativo sobre o desfecho clínico do recém-nascido para a ocorrência de sepse. No entanto, não foi observada redução da IFC materna e tempo ideal para a administração antibiótico deve ser reavaliado.


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