Georreferenciamento de bactérias multirresistentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Caroline Patzer, Cristófer Farias da Silva, Alzira Maria Baptista Lewoy, Rodrigo Pires dos Santos

Resumo


O conhecimento e a identificação das unidades em que foram detectados pacientes portadores de Bactérias Multirresistentes internados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e muito importante para-se determinar a pressão de colonização por área do hospital. Trata-se de um estudo prospectivo de coorte realizado de março a agosto de 2014 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram incluídos para a pesquisa os dados de exames microbiológicos positivos para bactérias multirresistentes liberados pelo Laboratório de Microbiologia no período correspondente ao estudo e excluíram-se aqueles resultados considerados de pacientes portadores de fibrose cística. Foram ditos pacientes contatos, aqueles que permaneceram no mesmo quarto do paciente caso por no mínimo 48 horas e que já não estivesse em medidas de precaução de contato. Nos seis meses de duração do estudo, obteve-se 373 casos de bactérias multirresistentes, das quais 41,3% positivaram para alguma Enterobactéria resistente a carbapenêmicos, 18,8% para Enterococcus spp. resistente a vancomicina, 13,4% para Staphylococcus aureus resistente a meticilina, 11,5% para Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos, 7,5% para Clostridium difficile e 7,5% para Acinetobacter spp. resistente a carbapenêmicos. Destes resultados, a maior incidência de multirresistência foi encontrada na Unidade de Tratamento Intensivo Adulto, representando 26,1%. Os pacientes casos obtiveram 445 pacientes considerados seus contatos e deste total, 21,0% (N=92) foram rastreados para Enterobactéria resistente, Enterococcus spp. resistente e/ou Acinetobacter spp. resistente. Dos 92 rastreamentos coletados de pacientes contatos 8,0% (N=7) tiveram resultado positivo para duas bactérias multirresistentes. Dos setes rastreamentos positivos 57,0% (N=4) foram positivos para Enterococcus spp. e 43,3% (N=3) para Enterobactéria resistente Klebsiella pneumoniae, indicando possíveis transmissões de bactérias multirresistentes do caso para o seu contato. É importante que ações de prevenção de controle de infecção sejam tomadas em conjunto com outras instituições de saúde em parceria com a Vigilância em Saúde a fim de reduzir a propagação das bactérias multirresistentes. DESCRITORES: Bactérias multirresistentes; Resistência bacteriana; Mecanismos de resistência; Georreferenciamento em saúde, Vigilância epidemiológica.

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