SWAB NASOFARÍNGEO VERSUS SALIVA: QUAL O MELHOR ESPÉCIME PARA O DIAGNÓSTICO MOLECULAR DE SARS-COV-2?

Resumo

Justificativa e objetivo: A metodologia padrão-ouro para confirmação da infecção de SARS-CoV-2 é a reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa em tempo real (RT-qPCR) em amostras do trato respiratório. Embora seja muito comum a coleta de swab para a pesquisa do agente etiológico supracitado, outras amostras com menor custo de coleta, desconforto e risco biológico têm sido consideradas. Desse modo, esse estudo objetivou analisar qualitativamente e quantitativamente a extração de RNA de amostra de swab e saliva, bem como estudar o custo geral e a efetividade de cada amostra. Métodos: Estudo realizado em uma unidade de Pronto Atendimento do sul do Brasil. Foram coletadas amostras pareadas de saliva e de swab nasofaríngeo de pacientes com suspeita de COVID-19. Após a extração e quantificação, as amostras foram analisadas por RT-qPCR de acordo com o Protocolo Charité. Resultados Foram incluídas 20 amostras pareadas de swab nasofarígeo e de saliva. A detecção do gene E ocorreu em apenas 5% (1/20) das amostras tanto em saliva quanto em swab. Os controles endógenos foram significativamente mais abundantes em amostras de saliva (p=0,00017). O espécime clínico que demonstrou menor custo para obtenção foi a saliva. Discussão: O estudo evidenciou uma concordância em 100% dos resultados positivos e negativos. E análise de custo efetividade demonstrou que a técnica da saliva é mais barata. Embora a quantidade de ácido nucleico seja muito superior na saliva, um maior número amostral é necessário a fim de avaliar a equivalência de ambas as amostras sem prejuízo ao diagnóstico.