Higienização das Mãos: a evolução e o atual “Estado da Arte”

Marcia Maria Baraldi, Maria Clara Padoveze

Resumo


As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são um problema de saúde pública. Entre as medidas de prevenção das IRAS, a higiene das mãos (HM) é a mais simples, econômica e efetiva. O objetivo deste artigo é apresentar uma síntese da evolução histórica e o atual “Estado da Arte” no que tange às recomendações para HM. A importância da HM nasceu segundo a perspectiva do médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865), no século XIX. Semmelweis em trabalho desenvolvido no hospital de Viena, introduziu a HM compulsória para todos os médicos e estudantes de medicina.5 Semmelweis elegeu uma solução de hipoclorito de cálcio para a HM. O resultado esperado foi atingido e as taxas de mortalidade despencaram.5 Apesar dos resultados positivos, os efeitos não se mantiveram. Semmelweis desconsiderou a agressividade do produto e a participação dos profissionais.  Na enfermagem, Florence Nightingale (1820-1910) reforçou a relevância da adoção de ações de higiene pessoal no ambiente assistencial. Estas medidas  reduziram a taxa de mortalidade de 33% para 2%.7 No decorrer dos anos, a força da evidência quanto à eficácia da HM na prevenção de IRAS foi sendo demonstrada. Surgiu então a proposta de utilização de produto alcoólico como alternativa para a HM. Apesar dos esforços, as barreiras para a HM permanecem.  Entre elas, a crença de profissionais quanto a eficácia do produto alcoólico, a falta de apoio institucional e fatores culturais e religiosos. Para vencer essas barreiras, a OMS propõe o modelo "5 Momentos chaves para a Higienização das Mãos” e a "Estratégia Multimodal para melhoria da higienização das mãos". Os aspectos relacionados ao conhecimento, motivação, percepção do profissional, intenção e controle comportamental se mostram como pontos  chaves na promoção do aumento da adesão à HM. A história da adesão real à HM e seu impacto na prevenção encontra-se em construção e inserida no paradigma contemporâneo cuja meta é a eliminação das IRAS 16; assim sendo, é imperativa a chamada de profissionais de saúde para fazer parte desta força tarefa rumo à adesão máxima à HM.

 

 

 


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